No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus” (João 1:1, NTLH)

Quem é Aquele que Estava no Princípio?

Quando pensamos no início de todas as coisas, nosso entendimento humano nos leva à ideia de começos cronológicos: tempo, espaço, matéria. No entanto, o apóstolo João inicia seu Evangelho com uma declaração profunda e misteriosa: “No começo aquele que é a Palavra já existiae era Deus.” Essa afirmação não apenas ecoa o Gênesis, mas também introduz uma das verdades mais centrais da fé cristã: Jesus Cristo é eterno, divino e sempre existiu.

Neste estudo, vamos explorar o significado de João 1:1, contextualizando-o com Gênesis 1:1 e Salmos 90:2, reconhecendo a eternidade e a divindade da Palavra, aplicando essas verdades à vida cristã e fortalecendo nossa fé no Deus eterno.

A Palavra: O Logos Divino

A expressão grega usada por João para “Palavra” é Logos. Esse termo tinha significados profundos tanto para judeus quanto para gregos. Para os judeus, remetia à Palavra criadora de Deus, como em: “Então Deus disse: — Que haja luz!  E a luz começou a existir.” (Gn. 1:3). Para os gregos, logos significava razão, ordem, princípio divino que rege o universo.

João une essas compreensões para apresentar Jesus como o Logos: aquele que, desde antes de todas as coisas, é a expressão perfeita da mente, vontade e natureza de Deus. Ele não é meramente um mensageiro ou profeta; é a própria revelação de Deus ao mundo.

“No Começo”: A Eternidade de Cristo em João 1:1, Gênesis 1:1 e Salmos 90:2

Ao dizer “no começo”, João nos remete diretamente ao primeiro versículo das Escrituras: “No começo Deus criou os céus e a terra.” (Gênesis 1:1). Ambos os textos apontam para o princípio de todas as coisas criadas, mas com um foco distinto. Gênesis trata da origem da criação material; João revela que, antes mesmo dessa criação, o Logos já existia.

O Salmo 90:2, escrito por Moisés, reforça essa verdade: “Antes de formares os montes e de começares a criar a terra e o Universo, tu és Deus eternamente, no passado, no presente e no futuro.” Essa declaração poética reconhece a existência de Deus antes de qualquer forma de vida ou matéria. Jesus, sendo Deus, também compartilha dessa eternidade.

Portanto, quando João diz que “a Palavra já existia” no princípio, ele afirma que Cristo está presente antes de tudo, inclusive do tempo. Ele é anterior à criação e transcende toda limitação humana de início ou fim.

“Estava com Deus”: Unidade e Distinção na Trindade

Ao afirmar que a Palavra estava “com Deus”, João introduz o mistério da Trindade: um só Deus em três pessoas. Cristo é distinto do Pai, mas também um com Ele em essência e glória.

Essa declaração é vital para compreender o relacionamento dentro da divindade. A existência eterna da Palavra ao lado de Deus demonstra um vínculo eterno de comunhão, amor e unidade entre o Pai e o Filho.

Assim, João não apenas afirma que Cristo é eterno, mas também que Ele compartilha de um relacionamento divino que transcende nossa compreensão.

“Era Deus”: A Declaração Clara da Divindade de Jesus

A afirmação final de João 1:1 é direta e poderosa: “A Palavra era Deus.” Essa é uma declaração inegociável da fé cristã. Jesus não foi apenas um homem iluminado ou um mensageiro celestial. Ele é o próprio Deus, eterno, todo-poderoso e digno de adoração.

Essa declaração está em perfeita harmonia com Gênesis e os Salmos. O mesmo Deus que criou os céus e a terra em Gênesis, que é exaltado por Sua eternidade em Salmos 90:2, é agora revelado em carne por meio de Jesus Cristo em: “A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai.” João 1:14.

Ao compreender isso, o cristão é levado à adoração reverente. Jesus é digno de nossa entrega total porque Ele não é uma criatura, mas o Criador.

Aplicações Práticas para a Vida Cristã

1. Segurança na Eternidade de Cristo

Ao confiarmos em Jesus, confiamos em Alguém que está acima do tempo, das circunstâncias e das crises. Sua existência eterna nos garante que Seu amor, Sua presença e Seu poder nunca terão fim. Como o salmista declara, “de eternidade a eternidade, Tu és Deus” (Salmos 90:2).

2. Obediência à Palavra com Reverência

Se Jesus é a Palavra eterna, então Suas palavras não são meros conselhos. São mandamentos divinos. Obedecer à Sua voz é responder ao próprio Deus que nos criou e nos conhece profundamente.

3. Rever Cristo como Criador e Sustentador

João 1:3 complementa o versículo 1 dizendo que: “Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela.”. Isso coloca Cristo como autor da criação, assim como Gênesis 1 apresenta Deus criando todas as coisas. Reconhecer Cristo como Criador nos leva a confiar que Ele também sustenta nossa vida diariamente.

4. Compartilhar a Verdade da Divindade de Jesus

Em um mundo que relativiza a identidade de Cristo, é essencial que o cristão testemunhe quem Ele realmente é: o Deus eterno, revelado desde o início. Levar essa verdade a outros é cumprir nossa missão de anunciar o Evangelho.

A Palavra que Revela o Deus Eterno

João 1:1 é uma porta de entrada para a compreensão profunda da pessoa de Cristo. Ao contextualizarmos com Gênesis 1:1 e Salmos 90:2, vemos que Ele é eterno, divino, distinto do Pai e ao mesmo tempo um com Ele.

Jesus não surgiu no Novo Testamento. Ele é o mesmo Deus que criou todas as coisas no Gênesis, exaltado por Sua eternidade nos Salmos e manifestado em carne no Evangelho. Essa é a base do Evangelho: o Deus eterno se fez homem para que o homem pudesse ter acesso ao eterno.

Reflita hoje: quem é Jesus para você? Apenas um nome conhecido ou o Deus eterno que deseja transformar sua vida? Leia João 1:1, Gênesis 1:1 e Salmos 90:2, e permita que essas verdades renovem sua fé. Compartilhe esta mensagem com alguém que precise conhecer a verdade da Palavra que já existia desde o princípio.

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